domingo, 28 de agosto de 2011

No avião - 1

Quanto ao vôo não se tem muito que dizer quanto eu tinha do aeroporto: eu esperava mais. Todos falam que ou é muito ruim ou é muito bom. Não consegui formar uma opinião tão forte quanto a que eu formei do café: extremamente aguado.
É engraçado ver as Aeromoças com um sorrisão na cara colocando os apetrechos/acessórios de segurança. Mas é o que se tem pra hoje.
Assim que decolamos e todos ficaram mais a vontade para arrancar seus sapatos/meias/cintos/cuecas, peguei minha bagagem de mão e tirei meu companheiro de viagem, Badú. Não podia carregá-lo na mão, senão contaria como volume. E só tinha direito a dois. A princípio, todos ficaram olhando de canto de olho, indignados ou sorridentes, mas o Badú fez bem o papel dele, que é me acompanhar.
Após uma meia hora, as aeromoças de sorrisão já trazem os melhores jornais ao redor do mundo. Discordo eu, pois queria ler a Folha e me trouxeram o Estadão, mas quem sou eu para reclamar. Não ia dar uma de Lady Kate e falar 'To paganuu'.
Todos já acomodados, lidos, mijados dentre outros, elas trazem a digníssima refeição: macarrão. Tão bom quanto um macarrão instantâneo cozido de menos, no sentido irônico da palavra. Tinha a opção de Frango, mas melhor não arriscar. Veio com um pão, uma sobremesa que até agora não identifiquei, suco de abacaxi e mais algumas coisas, não lembro.
Ai vira o fusuê. A Senhora do meu lado puxa papo. Estava indo com três amigas para Veneza, Praga, Petersburgo e mais alguns lugares que me perdi durante a conta. Fiquei zonzo. Extremamente simpática, ela pergunta o nome 'dela'. Hesitei, pois não sabia o que significava, mas ela se referia novamente ao meu companheiro, Badú, que está vestido a rigor, digníssimo.
Então é a hora do soninho. Claro que o fone de ouvido não podia faltar, mas não poderia ouvir nada do próprio avião. Classe econômica é uma coisa: nem um radinho!
Acordamos a meia noite e tomamos café da manhã. Eu tomei um pulo quando me falaram, pois é extremamente estranho. Mas caiu minha ficha de que íamos desembarcar em uma hora. O fuso de Madrid hoje está a 5 horas de diferença. (Fuso do Brasil -3 e Fuso de Madrid +1, só que Madrid está em horário de verão.)
O café é simples. O café, propriamente dito, é aguado e nojento. Mas a madalena estava gostosa e o chocolate também. Nem preciso falar do suco de abacaxi novamente, companheiro Sufresh! O croissant tinha algo doce e rosado, que numa mordida identifiquei como Peru. Por causa dos meus hábitos, arranquei o peru do lanche e comi só com queixo. Estava bom mesmo assim.
A essa altura, o chão do banheiro já estava grudando, todos estavam afobados, as aeromoças desastradas e meu coração na garganta. Apagam-se novamente as luzes e começa a aterrissagem. Meu Deus! Ele pousou duas vezes!
Do seu viajonauta, agora a bordo
Pedro Dias

Música para o momento:
The Killers - Midnight Show [ouvi isso várias vezes para tentar dormir]
The Hives - Antidote [acordei de um pulo no café ouvindo exatamente isso]

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