sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Tower Bridge + Chá das Cinco!

Chega mais uma sexta. Todos vão para os bares, tomar suas 'Pint of bitter' com os colegas e tudo o mais. Pedro Dias obviamente busca o não óbvio: vai tomar chá.

Ok, do princípio [adoro fazer isso].
Ontem, quando passava pela Fleet Street [I feel you, Johanna!], vi algumas milhares de casinhas de chá. Logo pensei "Caramba, ainda não tomei chá aqui. Pronto, é isso que vou fazer amanhã".
Como somos abertos a perguntar qualquer coisa aos nossos professores, e nada melhor do que eles para nos darem dicas de coisas para se fazer, pedi uma dica a professora de um lugar bacana para tomar chá. Ela me indicou um lugar e disse que é aconselhável chegar depois das 3 da tarde, porém antes das 5, porque o lugar ferve. Perfeito, dá tempo de fazer alguma coisa enquanto isso. Vou à Tower Bridge.

A Ponte da Torre é um dos cartões postais mais famosos de Londres. Seu idealizador morreu antes que a obra fosse de fato iniciada, por isso seu projeto inicial sofreu diversas modificações, como o uso de aço Escocês [um dos mais resistentes] e alguns detalhes no design, para deixá-la mais com a cara da realeza [o projeto foi considerado simples demais para Londres]. Fora necessários 8 anos para a construção e apenas 43 funcionários morreram durante esse período. Este é um número relativamente baixo, uma vez que não existia controle de qualidade ou 'CIPA' no século XIX. Cada torre possuí 65 metros de altura, que suporta a ponta basculante, que é aberta cerca de 950 vezes por ano, para a travessia marítima. Ok, chega de história. Para entrar, você paga uma taxa simbólica de 4 libras e alguma coisa, mas você pode tirar fotos incríveis, entender todo o funcionamento na casa das Engrenagens, conhecer a história a fundo [tudo isso que contei é dito por todo o percurso da torre]. É um dos passeios que mais vale a pena de se fazer em Londres. Para alguns, pode parecer maçante, mas só de imaginar que uma coisa tão fantástica e tão criativa foi construída em meados de 1890 é incrível! Fora a visão Rio Tamisa que você tem de lá de cima.

Meu Deus, me perdi. Legal, pra variar, e agora, como vou chegar ao chá na hora? Por sorte, não tinha perdido meu mapa como no dia anterior. Nunca, e quando digo nunca é nunca, saía de casa sem seu mapa. A não ser que você não queira voltar mais, é claro. Logo consegui me localizar e achei uma estação do metrô. Cheguei para o chá às quatro e quinze da tarde. Perfect timing.
Paraíso. Me senti na casa da Rainha! Aqui, sem dúvidas, é o melhor lugar de toda a Londres. A localização, a decoração, o chá, os cupcakes, as geléias... Meu Deus, tudo! Até a música ambiente do lugar era perfeita! Só fui um bocado caro, mas era tudo o que eu precisava. Afinal, cheguei em casa tão bem que mal andava. Mas com um peso extra de tanto ter comido, afinal é uma porção para dois que abocanhei só.
http://www.beasofbloomsbury.com/
OBS: Sábado de 17 terá uma deliciosa festa do Chá do Chapeleiro Louco. Adivinha onde eu vou estar? MUAH!

Epígrafe de Márcia Alcântara:
"Sou eu que vou ser seu amigo. Vou lhe dar abrigo [...] Sou eu que vou ser seu colega, seus problemas ajudar a resolver [...] Serei, de você, confidente fiel se seu pranto molhar meu papel." Toquinho - O Caderno


Música para o momento:
Almost Alice, Trilha Sonora do Filme 'Alice in Wonderland' de 2010 de Tim Burton [Todo o CD]
Two Door Cinema Club - Tourist History [Todo o CD]

Epigrafe Adicional:

Um dos meus autores favoritos, Oscar Wilde, criador do 'O Retrato de Dorian Gray' e 'O Fantasma De Canterville', viveu boa parte de sua vida em Londres, dedicando várias de suas obras a esta cidade e suas construções. Uma dela, 'Impression du Matin' é um poema dedicado ao Rio Tamisa, que estava estampado em algum lugar na Ponte da Torre. Acho muito digno e vou compartilhar:

The Thames nocturne of blue and gold
Changed to a harmony in grey;
A barge with ochre-coloured hay
Dropt from the wharf: and chill and cold

The yellow fog came creeping down
The bridges, till the houses' walls
Seemed changed to shadows, and St. Paul's
Loomed like a bubble o'er the town.

Then suddenly arose the clang
Of waking life; the streets were stirred
With country waggons; and a bird
Flew to the glistening roofs and sang.

But one pale woman all alone,
The daylight kissing her wan hair,
Loitered beneath the gas lamps' flare,
With lips of flame and heart of stone.
___//___
O Tamisa, nocturno, azul e ouro,
Mudou-se em cinzenta Harmonia,
Uma barca de feno ocre
Desceu do cais, e, baça e fria,

A bruma amarela pousou
Em pontes, casas; de verdade
Eram como sombras; St. Paul
Era uma bolha na cidade.

Depois de repente o clangor
Do acordar; ruas trilhadas
De carroças; e no fulgor
Das telhas uma ave trinava.

Mas, branca e solitária, uma mulher,
Beijando-lhe a cabeça a luz desperta
Bebia ainda o gás dos revérberos,
A boca como fogo, o coração de pedra.

1 comentários:

Flávia Dessoldi disse...

Sem palavras novamente... Muito mais classudo tomar chá na terra da rainha com cupcakes, do que tomar chá na lancheria do japonês comendo sonho de noiva. pena eu não poder compartilhar a terra da rainha!!! Será que tem Johnny Depp na festa do chapeleiro???? *-* ahahahaha

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