quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Considerações sobre o Transporte + Coisas aleatórias

 
Bem, vou começar a falar do dia de hoje explicando sobre os meios de transporte em Londres:
Nada muito futurista [não, aqui não tem carros que voam] nem muito antigo [esqueça as carruagens dos filmes]. Tudo se baseia no tubo. Ok, piadinha infame, vou explicar melhor. "The Tube" é o apelido que eles dão para o conjunto que forma o Metrô e o Trem de Londres. São, pelo menos, 13 linhas que circulam por toda a cidade. E quando eu digo toda a cidade, é TODA a cidade. Dificilmente você irá a algum lugar que não tenha uma estação por perto. 'Ok, mas eu não gosto de andar de trem' você pode pensar. Tem aqueles famosos ônibus vermelhos de dois andares. Nem todos são de dois andares, mas todos são vermelhos. Eles ligam boa parte da cidade e dificilmente você encontrará algum mapa deles, afinal, existe um sem número de linhas de ônibus.
Cheguei à escola atrasado neste primeiro dia oficial. O que acontece, o metrô estava muito cheio, tipo muuuuuito cheio [como diria a Natália de 'Adorável Psicose']. Acabei entrando na classe as 9:05, porque por duas vezes a porta do metrô fechou na minha cara, antes que eu pudesse entrar.
O Lotado daqui é diferente do lotado de São Paulo. Às vezes, as portas fecham em você. Mas o que mais diferenciam são as pessoas: as pessoas se esbarram o tempo todo aqui, mas elas estão o tempo todo 'na delas'. Se alguém esbarrar em você, não vire para tirar satisfações, porque esta pessoa já deve estar longe. Todos correm literalmente. Todos se esbarram, mas estão todos 'na deles'. E todos estão fazendo alguma coisa, como lendo jornais, e-book reader, smartphones ou algo assim. Estão todos nem aí pro que você está fazendo. Mesmo se você estiver sendo encoxado, o que é normal, a pessoa que está te encoxando nem deve imaginar que você está na frente dela.

Chega de trânsito: cheguei à escola atrasado como eu disse. Já imaginei um bullying e tudo o mais, mas é permitido entrar atrasado. Entrei e já imaginei outro bullying: pessoas falando com perfeição, uma vez que estava num nível intermediário. Aí tive mais uma grande decepção. As pessoas tinham sérias dificuldades em falar. Eu, não querendo me gabar, estava nu nível bem superior a elas, mas não falei nada. Depois eu constatei que mesmo eles achavam isso de mim, que eu estava no nível errado, mas deixa pra lá, passou. Tive minha aula com um professor super simpático que veio do norte e tinha um sotaque extremamente agradável e sedutor. Logo imaginei o Alex Kapranos na minha frente, mas deixa isso pra depois.

À tarde, após ter a refeição bonita, andei pela Oxford Street, trombei com milhares de pessoas desesperadas querendo fazer suas comprar, e com outros milhares de turistas das mais diferentes nacionalidades. E comprei alguns souvenires. Depois eu mostro. Voltei para casa e tentei ir ao cinema ver 'One Day', mas como saí muito tarde, acabei não conseguindo comprar ingressos. Passei no mercado [uma vez que os shoppings fecham às 18 horas] e comprei algumas coisas, tipo 'Biscoitos Oreo' [extremamente comum aqui]. É difícil achar barras de cereais, tenham isso em mente.

Epígrafe de Marcia Alcantara:
"Botas...as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar." - Machado de Assis

Música para o momento
Womanizer - Franz Ferdinand [em homenagem ao meu professor do sotaque agradável]
The Magic Numbers- Love me like you [essa música me veio à mente quando andava em Oxford Street]

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Primeiro dia de aula


Finalmente um dia que não é feriado. Terça feira, dia de aulas. Pensei que talvez seria difícil todo esse bagulho de estudar inglês sem de fato ter alguma tradução, mas é bem tranqüilo. Diria que até mais fácil do que ter aulas tendo que fazer assimilações com o português.
Mais uma vez acho que estou meio afobado. Peraí, deixa eu começar do princípio.
A primeira aula não é propriamente dita uma aula. Digamos que se eu for para Londres estudar, primeiro preciso saber em qual nível que estou. Afinal, eu sou diferente de uma pessoa que estudou por dois dias, ou seja, 'bluff'. Então temos um pequeno 'teste' para saber em qual turma devemos nos apresentar.
Bom, todos os novos 40 alunos entram numa sala não muito longe da escola, tem uma apresentação geral da escola [coisas do tipo 'No terceiro andar está o bebedouro'] e conversa com os representantes. Em seguida, eles passam um pequeno papel com 46 questões alternativas para respondermos. Enquanto isso, alguns representantes vão de mesa em mesa para conversar com os alunos e saber como anda a conversação deles. Neste momento consegui perceber que tinha pelo menos mais quatro brasileiros na sala, coisa que não me deixou muito alegre [uma das primeiras coisas que vi quando assinei o contrato era que a escola restringia o número de alunos de uma mesma nacionalidade]. Pra variar, meu avaliador perguntou se eu gostava do filme 'Elite Troop'. Demorei um bocado para entender isso, porque o nome em inglês pra mim soa estranho, diferente de 'Tropa de Elite'. Logo disse que não gostava, pois não mostrava uma realidade de todo o Brasil, especialmente de onde eu vim, São Paulo. Talvez por isso acabei sendo selecionado para uma turma de nível intermediário, coisa que falarei mais tarde, uma vez que fiquei insatisfeito com isso.
Existem dois tipos de alunos: os do curso Standard 20 e os do Intensive 30. Os alunos do Intensive 30 têm aulas a tarde, além das aulas da manhã [ou seja, menos tem de vadiar]. Como meu curso não é tão puxado, não teria aulas a tarde. Logo poderia vadiar alok.
Voltei para casa para pegar algumas coisas e voltei para a escola. A escola tem um negócio de programa social, que leva os alunos em pequenas excursões. Toda segunda/início de aula tem uma rápida visita ao Pub. Fui lá com Frank, o coreano que acabei encontrando por acaso na porta da escola, e tomamos uma Pepsi, conversando um pouco. Em algum momento, os alunos foram indo embora, e só restou uma pequena mesa com sete pessoas. Logo reconheci: Brasileiros. Jesus, eles estão por toda parte, o que acontece? Bom, fugi de mansinho para que não me reparassem e saí do pub.
Frank e eu fomos vadiar um pouco. Ele precisava de uma blusa, então fomos até Oxford Street. Ele conseguiu um bom casaco de couro pechinchando: de 150 por 110 Libras! Depois pegamos um ônibus até a London Eye e o Palácio do Parlamento: uma pequena decepção. O rio Tamisa é meio sujo, assim como o Tietê. Apesar da multa de 80 Libras caso você jogar lixo no chão, lá tinha muito lixo. A Torre do Relógio acabou não me chocando tanto quanto imaginava que podia acontecer, por causa da sujeira do lugar. Voltarei outro dia para melhor recordar.

Epígrafe de Márcia Alcântara:
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu." - Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll

Música para o momento:
Amy Winehouse - You Know I'm No Good (Assim que entrei no pub me lembrei disso)
Kaiser Chiefs - Man on Mars (Não sei, mas é uma boa música pra se ouvir andando pelas ruas de Londres)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Primeiros Passeios

Acordei segunda feira tarde. Eu realmente queria ter acordado cedo. Acordei era 09h30min. Estava tão exausto que simplesmente desliguei o celular sem perceber [pra variar]. Peraí, não me lembro de ter desligado o celular. Ok, a bateria acabou. Hora de pegar meu adaptador de tomada para carregá-lo junto com meu notebook. MERDA, é diferente do padrão daqui, a moça na loja me enganou. Ok, sem pânico, tem outros lugares que devem ter isso, mas não me lembro de ter passado por nenhum vindo até aqui. Ok, vamos olhar no fabuloso mapa: Tottenham Court.
Tottenham Court me é um nome absurdamente familiar. Deixe-me ver de onde eu conheço... Lembrei! No último livro do Harry Potter, Hermione trouxe Harry e Rony para cá. Lá vamos nós então. Tomei meu café, aproveitei que é feriado [sim, hoje é carnaval aqui e tem um grande festival em Notting Hill, aquele do filme] e resolvi sair. Perguntei se meu colega queria ir, então fomos juntos.
No caminho ele me explicou que o nome dele é um pouco diferente de pronunciar, mas equivale a Frank no alfabeto latino. Então é assim que vou me referir a ele. Fomos juntos até Tottenham Court comprar o bendito adaptador de tomadas. Recebi a dica de que em todo o lugar em que se vai você pode negociar. Foi o que fiz. O Adaptador custava 10 Libras e paguei apenas 8 Libras. Acho que poderia ter achado mais barato, mas estava muito desesperado pelo carregador.
Ah, esqueci de mencionar. Como é feriado, a passagem custa 6,60 Libras para usar quantas vezes eu quiser. Tipo, altíssimo preço, mas pelo menos posso andar alok.
Após andar um pouco por Tottenham Court, decidimos ir visitar o British Museum, que fica em algum lugar a norte de lá. Meu Deus, é imenso! E parece um labirinto, porque uma vez que você entra, é difícil de achar a saída. E tem um bocado de coisas, não apenas britânicas, mas de outros países. Tem uma parte para moedas, estatuas, e relógios, minha parte favorita. Tipo, várias coisa meeesmo. Vou tentar disponibilizar as fotos, mas a internet aqui não é tão rápida.
Conhecemos o prédio da escola e então tomamos algo no Starbucks Coffee. Eu realmente precisava de um Cappuccino. Como nosso passe só funcionava até as 16h00min, voltamos para casa e comemos no McDonalds, uma vez que não poderíamos ter almoço em casa. O McDonalds aqui é bem mais barato que no Brasil. Um Big Mac com batatas e Refrigerante custa 3,99 Libras. O McLanche Feliz custa 2,49 Libras. Aliás, um alô para os restaurantes brasileiros, aqui a comida é mais barata que em São Paulo. Andamos um pouco num shopping que tem aqui perto, procurando um Guarda-chuva, até que achei um numa lojinha de vila onde tem Indianos são donos. Não entendo, não é fácil achar Guarda-Chuvas em Londres, mas aqui chove alok.
Voltamos para casa e então ficamos um pouco a deriva. Eu vim carregar meu notebook e checar meu email. Pra variar, milhares de preocupações da família, mas OK, imagino que deva ser normal.
Jantamos, então Frank me chamou para dar uma volta pelo bairro de Deptford. Caminhamos um pouco pelo parque, olhamos um pouco as construções e os bairros ao redor. Voltamos para casa, afinal no dia teríamos aula. E assim acaba mais um dia em Londres.
OBS: No meio da madrugada, Brasileiros estavam gritando nas ruas ao redor. Eu reconheci os palavrões na rua.
Do seu viajonauta
Pedro Dias

Música para o momento
London Calling - The Clash
Franz Ferdinand - The Fallen

Epígrafe de Márcia Alcantara:
'Quando chega à hora precisa saltar sem hesitar' - Amelie Poulain

domingo, 28 de agosto de 2011

Londres - Primeiras Impressões


Quanto a falar do vôo de Madrid para Londres, é meio complicado. Eu não vi nada. Até perdi as aeromoças trazendo o café, só percebi quando estavam indo embora. Tanto que pedi um copo de café aguado e me olharam com bad faces. Acho que deve ser normal. Eu estava muito sonolento, pois não dormi a noite e nem na estação de Madrid. É como se minha noite tivesse durado apenas 1 hora, uma vez que atravessei 4 fusos, e ainda tinha uma hora no horário de verão.
Enfim, desci em Heathrow, Londres. E minha primeira impressão foi: socorro. Eu fui a um balcão de imigração e o super-mal-educado-cara me atendeu como se eu fosse uma gentalha. Bem, talvez eu seja, mas não é essa a discussão. Eu tinha esquecido de preencher o Landing Card [não sei o nome em português] e precisava dele para fazer a imigração. Mas ok, depois de preenchido, falei com outra atendente, indiana aparentemente, e deu tudo certo.

Pensei em pegar um taxi para a casa da Homestay, mas ela me disse que era extremamente fácil de pegar o 'The Tube'. 'The Tube' é o nome que eles dão para as linhas de trem e metrô em Londres. Então peguei as linhas Piccadilly, Jubilee e The Overground. Só que eu esqueci um pequeno detalhe. Eu estava com uma mala que pesava 25 quilos, uma bolsa de mão e uma bolsa de notebook. E precisava andar por 10 minutos até uma casa que eu não sabia onde era.
'Ok, fodeu' pensei quando desci na estação de Surrey Quays. 'Que eu faço agora?'. Resolvi ir andando até achar a casa. Não era tarde mesmo, então eu tinha bastante tempo para chegar lá. Pra variar, me perdi, passei duas vezes em frente a um McDonalds, com a minha super-leve mala. Até que achei a casa. Conheci então a Homestay e tive uma bela surpresa: eu ia ter um colega! Não íamos dividir o quarto, mas a casa tinha três quartos. Um para mim, um para meu novo colega, que é Coreano, e um para outro estudante que chegará sábado que vem que é Turco. Ok, eu acho que posso viver com isso.
Mas para minha grande surpresa, o coreano é extremamente agradável. Conversamos bastante [sim! Eu consigo conversar com ele, o que é um 'Must'!] e ele me contou muitas coisas sobre seu país.
Então eu liguei para casa, avisar que tinha chego e fui obrigado a desligar o notebook, uma vez que a bateria acabou. E assim foi o meu domingo em Londres.

Música para o Momento
Nenhuma - Desmaiei assim que entrei no avião e não ouvi absolutamente nada até agora

Epígrafe de Márcia Alcantara:
"Tenho em mim todos os sonhos do mundo" - Fernando Pessoa

Embarque - 2 Madrid


Se quando eu entrei no aeroporto de Guarulhos o achei imenso, eu não conhecia o aeroporto de Madrid. Senhor, ele é imenso! Tanto que as placas de direção aos vários (tipo, vááários, como diria nossa Natália de 'Adorável Psicose') portões é divididos em minutos. Sim, minutos. Por exemplo, para você chegar ao portão R alguma coisa, do lugar onde estou agora, você demoraria cerca de 15 minutos. Pelo menos é isso que a Placa diz.





Enfim, deixe-me começar do Princípio.
Quando desci do avião, me perdi (pra variar). Mas pedindo algumas informações para algumas pessoas dos balcões de informações, achei o que precisava. Para passar pelo Raio-X daqui é mais chato: tive de tirar o cinto da calça. Eles abriram minha bagagem de mão para procurar eletrônicos. Acharam alguns, pediram pra tirar, mexeram mais um pouco, mas fora isso tudo bem. O pessoal daqui fala um Espanglês que é uma maravilha. Me ajudou, pois o que não estava entendendo em inglês, era exatamente o que eles murmuravam em espanhol. Dereta, esquerda, coisitas assim.
Várias apontações sobre as pessoas daqui: elas são meio rudes. Mas deve ser porque sou turista e não conheço bem a língua deles (em resumo, nada de Espanhol). Mas para mim isso não foi nenhum problema, deu tudo certo. Os espanhóis e espanholas são, num termo bem pejorativo, quentes. Eles são tão bonitos e falando naquele sotaque que você tem vontade de se atirar em cima deles, por mais feios que sejam. Finalmente entendi porque Antonio Banderas é um ícone.
Mas falando em quente, pensa num lugarzinho quente! Estava suando litros quando resolvi procurar meu desodorante na bolsa. Uma surpresa: está na mala que foi direto para Londres. Logo vai o garotão procurar um desodorante para comprar. E se pensou que seria fácil, devido à quantidade de lojitas que tem aqui, se enganou. Aqui tem perfumes de marca, eau de toilet e Pacco Rabanne alok. Nada de um 'Axe' ou algo assim. Vim achar um numa banca de jornal. Várias coisinhas bonitinhas na banca, tanto que comprei meu primeiro Globo de Neve. Um jornal do dia e o meu micro-Axe. Pedi para tirar uma foto da loja e a resposta foi Latina e bem direta: Não. Tudo bem, sem problemas.
Com todo esse calor, mesmo com o desodorante, precisei tomar algo para me refrescar. Então eu encontro a maravilhosa Fanta sabor Limão! Sim, ela existe e tem aqui de monte! Nem hesitei e tomei logo meus 500 ml acompanhados de um sonho que não deu tempo de tirar foto para mostrar.
Agora vou esperar o embarque e procurar meu portão, afinal, ainda são 09h05min da manhã e meu vôo só saí 12h45min.
Do seu viajonauta
Pedro Dias

Música para o Momento:
Jennifer Lopez - On the floor [é o que toca aqui o tempo todo em quase todas as lojas]
Ke$ha - Tik Tok [idem acima]
Shakira – SheWolf [idem acima]

No avião - 1

Quanto ao vôo não se tem muito que dizer quanto eu tinha do aeroporto: eu esperava mais. Todos falam que ou é muito ruim ou é muito bom. Não consegui formar uma opinião tão forte quanto a que eu formei do café: extremamente aguado.
É engraçado ver as Aeromoças com um sorrisão na cara colocando os apetrechos/acessórios de segurança. Mas é o que se tem pra hoje.
Assim que decolamos e todos ficaram mais a vontade para arrancar seus sapatos/meias/cintos/cuecas, peguei minha bagagem de mão e tirei meu companheiro de viagem, Badú. Não podia carregá-lo na mão, senão contaria como volume. E só tinha direito a dois. A princípio, todos ficaram olhando de canto de olho, indignados ou sorridentes, mas o Badú fez bem o papel dele, que é me acompanhar.
Após uma meia hora, as aeromoças de sorrisão já trazem os melhores jornais ao redor do mundo. Discordo eu, pois queria ler a Folha e me trouxeram o Estadão, mas quem sou eu para reclamar. Não ia dar uma de Lady Kate e falar 'To paganuu'.
Todos já acomodados, lidos, mijados dentre outros, elas trazem a digníssima refeição: macarrão. Tão bom quanto um macarrão instantâneo cozido de menos, no sentido irônico da palavra. Tinha a opção de Frango, mas melhor não arriscar. Veio com um pão, uma sobremesa que até agora não identifiquei, suco de abacaxi e mais algumas coisas, não lembro.
Ai vira o fusuê. A Senhora do meu lado puxa papo. Estava indo com três amigas para Veneza, Praga, Petersburgo e mais alguns lugares que me perdi durante a conta. Fiquei zonzo. Extremamente simpática, ela pergunta o nome 'dela'. Hesitei, pois não sabia o que significava, mas ela se referia novamente ao meu companheiro, Badú, que está vestido a rigor, digníssimo.
Então é a hora do soninho. Claro que o fone de ouvido não podia faltar, mas não poderia ouvir nada do próprio avião. Classe econômica é uma coisa: nem um radinho!
Acordamos a meia noite e tomamos café da manhã. Eu tomei um pulo quando me falaram, pois é extremamente estranho. Mas caiu minha ficha de que íamos desembarcar em uma hora. O fuso de Madrid hoje está a 5 horas de diferença. (Fuso do Brasil -3 e Fuso de Madrid +1, só que Madrid está em horário de verão.)
O café é simples. O café, propriamente dito, é aguado e nojento. Mas a madalena estava gostosa e o chocolate também. Nem preciso falar do suco de abacaxi novamente, companheiro Sufresh! O croissant tinha algo doce e rosado, que numa mordida identifiquei como Peru. Por causa dos meus hábitos, arranquei o peru do lanche e comi só com queixo. Estava bom mesmo assim.
A essa altura, o chão do banheiro já estava grudando, todos estavam afobados, as aeromoças desastradas e meu coração na garganta. Apagam-se novamente as luzes e começa a aterrissagem. Meu Deus! Ele pousou duas vezes!
Do seu viajonauta, agora a bordo
Pedro Dias

Música para o momento:
The Killers - Midnight Show [ouvi isso várias vezes para tentar dormir]
The Hives - Antidote [acordei de um pulo no café ouvindo exatamente isso]

sábado, 27 de agosto de 2011

Embarque - 1


É no mínimo estranho passar pelo raio X do aeroporto. É tudo tão rápido que nem dá tempo de sentir nenhuma dor, além da que já se está carregando. Você já se despediu dos seus familiares, já tomou seu cappuccino, já comeu seu pão de queijo, então você avista algo brilhando e muita gente em volta: Duty Free.
Tudo o que você imagina tem no Duty Free. Perfumes, bolsas, chocolates, balas, chinelos, videogames, fones de ouvido e tabaco. Seus olhos logo brilham, mas não se engano: você vai pagar bem mais caro por algumas coisas.
Um exemplo bem ridículo disso: um chinelo da marca havaianas, comumente comprado a R$15,00, aqui você pagaria US$19,00, ou seja, quase o dobro. Uma caixa de chocolates garoto, que aqui você paga por volta de R$6,00, você compra aqui num pack com 4 caixinhas por míseros US$ 19,90 [sim, eles também usam o truque dos "noventa centavos".
Claro, existem coisas que você não encontra em qualquer lugar: chicletes Nerds, Kit-kat, toblerone de quilo, M&Ms em quantidade abusivas e alucinadas, dentre outras coisas que você comeu na sua infância e nem lembrava que existia, como Skittles [se não lembra, "Google it".
Então você se cansa e decide sentar. Pra acessar Wi-Fi por três horas, você paga uma taxa simbólica de R$8,50. Nada muito abusivo, se comparado com as nossas Lan-houses no Brasil.
Então você procura o painel. Não é difícil achá-lo, marcando os vôos e seus status. Atrasados, cancelados entre outros. Alguns no horário, mas juro que é difícil.
Várias pessoas andando de um lado para o outro, em milhares de idiomas que você talvez não imagina que exista. Fora a diversidade: brancos, negros, ruivos, mamelucos [oiq?] cafuçu, índios e até alguns que dá até enjôo por você não saber identificar.
Uma coisa que me impressionou é a minha escala. Descerei em Madrid para continuar para Londres e, por incrível que pareça, minha bagagem vai sozinha para Londres! Apesar de o meu vôo ter conexão [não confundir nunca com Escala, explicarei num outro post] minha mala vai direto. É um peso a menos para carregar em Madrid, o que já alivia e um bocado o peso [tanto físico quanto psicológico, acredite].
Celular é seu melhor amigo, portanto mantenha sempre junto a você. Já vi dois celulares caídos no chão e prefiro nem comentar sobre isso. De resto, é só esperar a chamada e embarcar.
Do seu viajonauta quase a bordo
Pedro Dias

Música para o momento: Ciência - Ludov.